Benin

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País do centro-oeste da África, banhado pelo oceano Atlântico, Benin é a terra de origem de muitos escravos trazidos para o Brasil. Até hoje mantém forte vínculo cultural com a Bahia. O acarajé, tradicional bolinho baiano, faz parte da culinária beninense - sob o nome de acará -, assim como a feijoada, o azeite-de-dendê e o inhame. O vodu, prática religiosa de 65% da população, é semelhante ao candomblé. O território apresenta rápido crescimento econômico nos últimos anos, mas mantém alta taxa de inflação e de desemprego, gerando tensão social. Aproximadamente 48% da população tem menos de 15 anos. O norte, de influência islâmica, é sua região mais pobre. No sul, a pesca e a agricultura sustentam a economia.

Fatos Históricos
Benin foi ocupado por pequenas monarquias tribais, das quais a mais poderosa era o reinado Fon de Daomé. A partir do século XVII, os portugueses estabelecem postos comerciais no litoral, que fica conhecido como Costa dos Escravos. Os negros capturados são vendidos no Brasil e no Caribe. No século XIX, a França, em campanha para abolir o comércio de escravos, entra em guerra com reinos locais. Em 1892, o reinado Fon é subjugado e o país torna-se protetorado francês, com o nome de Daomé. Em 1904 integra-se à África Ocidental Francesa. O domínio colonial francês encerra-se em 1960, quando Daomé passa a ser independente. O país mergulha então na instabilidade política, com nove golpes de Estado. Em 1972, um grupo de oficiais subalternos toma o poder e institui um regime esquerdista, encabeçado pelo major Mathieu Kérékou, que governa até 1990. Kérékou estatiza empresas privadas de grande porte e cria programas de saúde e de educação popular. O marxismo-leninismo é declarado doutrina oficial, mas a agricultura e o comércio permanecem em mãos privadas. Em 1975, o país passa a se chamar Benin. A experiência socialista entra em crise na década de 80 e o governo recorre a empréstimos estrangeiros. Uma onda de protestos, em 1989, leva Kérékou a promover a abertura política. Surgem mais de 50 partidos. Nicéphore Soglo, chefe do governo de transição formado em 1990, é eleito presidente em 1991.

Ajuste do FMI
O novo governo enfrenta oposição a seu programa econômico, que prevê a redução de funcionários públicos. Soglo convoca eleições, que se realizam em março de 1996. A insatisfação popular com a inflação e o desemprego dão vitória à oposição: Mathieu Kérékou vence com 52% dos votos e retorna à Presidência, criando em caráter especial o cargo de primeiro-ministro (posto não previsto na Constituição). Em agosto, o governo acerta com o FMI a terceira etapa do plano de ajuste estrutural, incluindo privatização e reforma do setor público, que deve ser implantado até 1999. Uma greve geral convocada pelos sindicatos, em fevereiro de 1998, reivindica salários atrasados e melhoria de condições de vida. Em maio, o primeiro-ministro Adrien Houngbédji comunica sua saída do governo juntamente com três outros ministros do Partido da Renovação Democrática (PRD). É o fim do governo de coalizão surgido após as eleições de 1996. Kérékou anuncia novo gabinete, com maioria de aliados de seu governo anterior, e sem o cargo de primeiro-ministro.

Dados Gerais
Nome oficial: República de Benin (République du Bénin)
Capital: Porto Novo (administrativa), Cotonou (sede do governo)
Nacionalidade: beninense
Idioma: francês (oficial), bariba, fulani, fon, ioruba
Religião: crenças tradicionais 62%, cristianismo 23,3% (católicos 21%, protestantes 2,3%), islamismo 12%, outras 2,7% (1991)
Moeda: franco CFA
Cotação para 1 US$: 606,00 (jul./1998)

Geografia
Localização: oeste da África
Características: litoral arenoso e com lagoas; território plano e mais ondulado em direção ao interior
Clima: tropical
Área: 112.622 km²
População: 5,9 milhões (1998)
Composição étnica: fons 39%, iorubas 12%, gouns 12%, baribas 12%, adjas 10%, sombas 4%, aizos 3%, minas 2%, dendis 2%, outros 4% (1996)
Cidades principais: Cotonou (533.212), Porto Novo (177.660), Djougou (132.192), Abomey (125.525), Parakou (106.708) (1992)
Patrimônios da Humanidade: Palácio Real de Abomey

Governo
República presidencialista.
Divisão administrativa: 12 departamentos.
Chefe de Estado e de governo: presidente Mathieu Kérékou (desde 1996).
Principais partidos: Renascimento de Benin (PRB), da Renovação Democrática (PRD), Frente da Ação para o Renascimento e o Desenvolvimento (Fard-Alafia).
Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional, com 82 membros eleitos por voto direto para mandato de 4 anos.
Constituição em vigor: 1990.

Economia
Agricultura: óleo de palma (13 mil t), caroço de algodão (250 mil t), pluma de algodão (175 mil t), cará (1,3 milhão de t), mandioca (1,3 milhão de t), milho (451 mil t) (1997) Pecuária: eqüinos (6 mil), bovinos (1,4 milhão), suínos (600 mil), ovinos (605 mil), caprinos (1 milhão), aves (27 milhões) (1997)
Pesca: 39 mil t (1995)
Mineração: petróleo (570 mil barris) (1995); mármore, calcário
Indústria: alimentícia (principal: óleos vegetais), beneficiamento de algodão
Parceiros comerciais: França, Holanda (Países Baixos), EUA, Gana, Tailândia, Costa do Marfim, Portugal, China, Nigéria, Itália

Relações Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, OUA
Embaixada: 2737, Cathedral Avenue NW, Washington D.C. 20008, EUA
tel. (202) 232-6656, fax (202) 265-1996

 
 
Fonte: Almanaque Abril CD-ROM 1999 - 6.ed