Ilhas
Comores
Comores
é formado por três das quatro ilhas de um arquipélago
situado no canal de Moçambique, entre o continente africano
e a ilha de Madagáscar, no oceano Índico. As ilhas são
a ponta de uma cadeia montanhosa vulcânica submersa. A
maioria da população é muçulmana, composta de mestiços,
indianos, suaíles, malgaxes, árabes e franceses. O país
importa mais da metade dos alimentos que consome e depende
de ajuda internacional, sobretudo da França. Os principais
setores da economia são o turismo e a exportação de baunilha,
cravo-da-índia e de essências para perfume. Comores torna-se
independente da França na década de 70, salvo a ilha Mayotte,
que decide em plebiscito manter-se colônia. Nos últimos
anos, as ilhas de Mwali e Nzwani realizam fortes movimentos
separatistas.
Fatos
Históricos
A França ocupa Comores na primeira metade do século XIX.
Antes associado a Madagáscar, o arquipélago torna-se território
ultramarino francês em 1947. Em julho de 1975, a independência
abre um período de instabilidade. Do processo de luta
interna participam mercenários europeus comandados pelo
francês Bob Denard. Em 1978, Denard e seus homens dão
um golpe de Estado em nome do ex-presidente exilado Ahmed
Abdallah, que retorna e institui a República Federal Islâmica
de Comores. Abdallah fica no poder até 1989, quando é
assassinado por sua guarda pessoal, sob o comando de Denard.
O presidente da Suprema Corte, Said Mohammed Djohar, assume
interinamente. A França pressiona para que Denard saia
do país e envia uma força naval ao arquipélago. Denard
e seu grupo se exilam na África do Sul. Em 1990, Djohar
é eleito primeiro-ministro. Denard e outros 30 mercenários
retornam a Comores em 1995, depõem Djohar e, com ajuda
de soldados das Forças Armadas comorenses, criam um Comitê
Militar de Transição comandado por seus colaboradores.
Os franceses intervêm, Bob Denard é preso e levado a julgamento
na França. As eleições presidenciais de março de 1996
são vencidas por Mohammed Taki, da coalizão União Nacional
pelo Desenvolvimento (RND), defensora dos valores islâmicos.
Em outubro, Taki faz aprovar em plebiscito uma nova Constituição,
restringindo os direitos políticos e aumentando o poder
presidencial. As eleições parlamentares de dezembro, boicotadas
pela oposição, registram uma vitória contundente da RND:
36 deputados eleitos, num total de 43.
Movimentos
separatistas
Os movimentos separatistas ganham força. Em agosto de
1997, a ilha de Nzwani declara-se separada de Comores.
Dias depois, secessionistas de Mwali fazem o mesmo, estabelecendo
um governo local. Iniciam-se esforços de mediação conduzidos
pela Organização da Unidade Africana (OUA). Em meio às
negociações, em setembro, 300 soldados enviados pelo governo
central atacam Nzwani. Os separatistas enfrentam e derrotam
as tropas. Um governo local é autoproclamado, tendo à
frente Abdallah Ibrahim. A derrota abre uma crise: Taki
decreta estado de emergência, assume poderes absolutos
e demite o gabinete do primeiro-ministro Ahmed Abdou.
Em dezembro, forma um novo governo, indicando como primeiro-ministro
Nourdine Bourhane, político ligado a Nzwani. Uma conferência
em Adis-Abeba, Etiópia, é realizada entre representantes
de Comores e dos dois governos locais, sem resultado.
Em maio de 1998, após manifestações contra o governo em
Moroni, a capital, Taki demite Bourhane, acusando-o de
incompetência. Ibrahim realiza dois referendos, em outubro
de 1997 e em fevereiro de 1998, sobre a autonomia e a
nova Constituição da ilha de Nzwani, ambos aprovados por
99% dos eleitores. Os governos de Mwali e Nzwani não são
reconhecidos internacionalmente. Em novembro, o presidente
Taki morre e é substituído interinamente por Tadjidine
Ben Said Massonde, que nomeia Abbas Djoussouf como primeiro-
ministro.
Dados
Gerais
Nome oficial: República Federal Islâmica de Comores (République
Fédérale Islamique des Comores)
Capital: Moroni (Ilha de Njazidja)
Nacionalidade: comorense Idioma: comorense, árabe e francês
(oficiais)
Religião: islamismo 98,9% (maioria sunita), cristianismo
1,1% (católicos) (1994)
Moeda: franco comorense
Cotação para 1 US$: 454,50 (jul./1998)
Geografia
Localização: leste da África, Oceano Índico
Características: arquipélago de origem vulcânica (Njazidja,
Nzwani, Mwali, principais); área montanhosa com um vulcão
(Njazidja); terrenos aráveis (Nzwani); colinas baixas
e vales férteis (Mwalii)
Clima: tropical
Área: 1.862 km²
População: 672 mil (1998)
Composição étnica: afro-árabes 99%, outros 1% (1996)
Cidades principais: Moroni (Ilha de Njazidja) (30.000),
Mutsamudu (20.000) (1991); Domoni (8.000) (1990)
Governo
República com forma mista de governo.
Divisão administrativa: 3 ilhas.
Chefe de Estado: presidente interino Tadjidine Ben Said
Massonde (desde 1998).
Chefe de governo: primeiro-ministro Abbas Djoussouf (desde
1998).
Principais partidos: coalizão União Nacional pelo Desenvolvimento
(RND), Frente Nacional pela Justiça (FNJ).
Legislativo: unicameral - Assembléia Federal, com 43 membros
eleitos por voto direto para mandato de 5 anos.
Constituição em vigor: 1996.
Economia
Agricultura: cravo-da-índia (1,5 mil t), baunilha (200
t) (1997); ilang-ilang, manjericão Pecuária: eqüinos (4,9
mil), bovinos (50 mil), ovinos (14,5 mil), caprinos (128
mil) (1997)
Pesca: 13,5 mil t (1995)
Mineração: areia e cascalho, pedra, argila Indústria:
alimentícia (principais: baunilha, essências)
Parceiros comerciais: França, EUA, Alemanha, África do
Sul
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU, OUA
Embaixada: 336, East 45th, 2nd Floor, New York, NY 10017,
EUA
tel. (212) 349-2030
Fonte:
Almanaque Abril CD-ROM 1999 - 6.ed |