Egito
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A
posição geográfica estratégica, no encontro do continente
africano com o asiático, dá destaque ao Egito no norte
da África e no Oriente Médio. A maior parte do território
é desértica, salvo na costa do mar Mediterrâneo e nas
margens do Nilo, essencial à sobrevivência do país - o
rio garante o abastecimento de água, energia elétrica
e possibilita a agricultura ao longo de seu curso rumo
ao norte. Paraíso dos arqueólogos, o Egito é berço de
importante civilização da Antiguidade, criadora da escrita
hieroglífica (em ideogramas) e construtora de pirâmides
monumentais. As mais visitadas - dos faraós Quéops, Quéfren
e Miquerinos - ficam nas imediações do Cairo, a capital.
A famosa Esfinge, que também integra o complexo, é restaurada
em 1998. A comemoração do término da obra - que durou
dez anos e custou US$ 3 milhões - ocorre numa época em
que o governo egípcio procura estimular o turismo, seriamente
afetado por ataques terroristas de fundamentalistas islâmicos.
O pedágio cobrado no Canal de Suez representa uma significativa
receita para a nação.
Fatos
Históricos
O Egito antigo é habitado por uma civilização cujos registros
históricos datam de 4.000 a.C. e que se desenvolve até
o início da Era Cristã. Os povos do Nilo são sucessivamente
dominados por gregos, romanos, persas, árabes (que impõem
o islamismo) e turco-otomanos, além de uma breve invasão
das tropas francesas de Napoleão Bonaparte no final do
século XVIII. O marco da influência européia é a construção
do Canal de Suez, mais tarde reforçada com a ocupação
britânica, em 1882.
Em 1922, o país proclama a independência e adota a Monarquia,
sob o reinado de Fuad I. A presença militar do Reino Unido
no Egito se estende até 1936, quando passa a manter tropas
apenas na Zona do Canal. Proclamação da República-O rei
Fuad I morre em 1936 e é sucedido por seu filho Farouk.
As batalhas da II Guerra Mundial atingem o Egito, palco
de combates entre forças britânicas e tropas alemãs e
italianas. A difícil situação econômica do pós-guerra
e a derrota diante das forças israelenses entre 1948 e
1949, nas guerras contra a criação do Estado de Israel,
provocam violentos protestos antimonarquistas.
Em 1952, um grupo de oficiais liderado pelo coronel Gamal
Abdel Nasser depõe o rei Farouk e proclama a República.
Nasser torna-se presidente em 1954 e adota uma política
modernizante e nacionalista, promovendo a reforma agrária
e estimulando a industrialização.
Em 1956, ano da retirada militar inglesa de Suez, Nasser
nacionaliza o canal e impede navios israelenses de cruzá-lo.
Em reação, Israel invade e ocupa a península do Sinai
apoiado por tropas francesas e inglesas. A antiga URSS
protesta contra a anexação e cria um foco de tensão com
os Estados Unidos, aliados de Israel. O governo norte-americano
força o cessar-fogo e a devolução do Sinai aos egípcios.
Nacionalismo árabe-A estratégia do projeto nacionalista
de Nasser é aglutinar os países árabes em torno da liderança
egípcia. Assim, em 1958, Egito e Síria formam um só Estado,
a República Árabe Unida (RAU), tendo Nasser como presidente.
A união fracassa e a Síria rompe com o Egito em 1961.
Para contrapor-se à amizade EUA-Israel, Nasser aprofunda
laços com a URSS, que lhe fornece armas, instrutores militares
e financia a construção da hidrelétrica de Assuã, no rio
Nilo.
Em 1967, o Egito perde o Sinai e a Faixa de Gaza para
Israel, na Guerra dos Seis Dias. Nasser morre em 1970
e é substituído pelo vice, Anuar Sadat. Em 6 de outubro
de 1973, feriado judaico do Yom Kipur, Egito e Síria atacam
Israel de surpresa na tentativa de recuperar os territórios
perdidos em 1967, mas saem novamente derrotados. Depois
da guerra, Sadat rompe com os soviéticos e inicia a aproximação
com norte-americanos e israelenses.
Em 1977, o presidente egípcio visita Jerusalém e discursa
perante o Knesset (Parlamento israelense), num gesto que
abre caminho para a paz. Acordos de Camp David-Egito e
Israel assinam acordos de paz em Camp David (EUA) em 1978
e 1979, com mediação do presidente norte-americano Jimmy
Carter. Como resultado, Israel devolve o Sinai ao Egito.
A desocupação da maior parte da Faixa de Gaza só é decidida
nos anos 90, no acordo de paz de Oslo I (1994), assinado
pelo primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin e pelo
líder palestino Yasser Arafat.
Em 1981, Anuar Sadat é assassinado por fundamentalistas
muçulmanos que defendem a instituição de uma teocracia
islâmica no país. O sucessor, general Hosni Mubarak, mantém
as linhas principais da política de Sadat, apesar da pressão
dos governos árabes contrários à conciliação com Israel.
Terroristas islâmicos realizam vários atentados no Egito
durante os anos 80, que aumentam após a Guerra do Golfo
(1990-1991), com ataques freqüentes a turistas e monumentos
antigos. Mubarak reprime as ações e dezenas de fundamentalistas
são executados. Em junho de 1995, ele escapa de um atentado
terrorista em Adis-Abeba, capital da Etiópia, e acusa
o governo do Sudão de colaborar com os extremistas.
Onda
de terrorismo
Nas eleições legislativas de 1995, o governista Partido
Nacional Democrático conquista maioria no Parlamento e
a oposição alega fraude. Em fevereiro de 1996, a violência
agita a província de Asyut (norte), reduto do grupo extremista
Gammaat-i-Islami (islâmico). Nos distúrbios que se seguem
ao assassinato de dois líderes do Gammaat pela polícia,
24 pessoas morrem. Em abril, o governo intensifica o combate
ao fundamentalismo e prende 245 militantes. Em resposta,
o Gammaat mata 18 turistas gregos e fere outros 15 no
Cairo. Em fevereiro de 1997, um ataque a fiéis de uma
igreja cristã copta, no sul, faz dez vítimas; em março,
outro atentado deixa 13 mortos; e, em setembro, 15 turistas
alemães morrem na explosão de uma bomba em frente do Museu
do Cairo.
O mais sangrento atentado da onda de terror que assola
o país nos últimos anos ocorre em novembro. Extremistas
islâmicos atiram contra um grupo de turistas em Luxor,
no sul, matando 57 estrangeiros e quatro egípcios - seis
terroristas também morrem na ação. Em dezembro, contrariando
o costume muçulmano, o governo proíbe a infibulação ritual
(mutilação sexual feminina), prática amplamente difundida
pelos seguidores da religião islâmica. Em fevereiro, três
membros do Gammaat-i-Islami são condenados à morte.
Cerco
à imprensa
Em 1998 ocorrem atos de cerceamento à liberdade de imprensa.
Em março, dois jornais do Cairo são atacados, depois de
publicar denúncias de perseguição governamental contra
membros da minoria cristã copta. No mesmo mês, o editor
de outra publicação é condenado a três anos de prisão
e trabalhos forçados por divulgar acusações contra o ministro
do Interior. O cerco à imprensa prossegue e, em junho,
o governo proíbe a impressão no país do semanário Middle
East Times e do quinzenário Cairo Times.
Dados
Gerais
Nome oficial: República Árabe do Egito (al-Jumhuriya Misr
al-'Arabiya)
Capital: Cairo
Nacionalidade: egípcia
Idioma: árabe (oficial)
Religião: islamismo 90% (sunitas), cristianismo 10% (1990)
Moeda: libra egípcia
Cotação para 1 US$: 3,39 (jul./1998)
Geografia
Localização: nordeste da África
Características: litoral retilíneo; deserto da Líbia (90%
do território), cortado de N a S pelo vale fértil do rio
Nilo; planaltos (O); montanhas do deserto da Arábia (L);
oásis de SE a NO
Clima: árido subtropical
Área: 1.001.449 km²
População: 65,7 milhões (1998)
Composição étnica: árabes egípcios 98%, árabes beduínos
1%, núbios 1% (1996)
Cidades principais: Cairo (9.900.000), Alexandria (3.700.000)
(1996); El Gîza (2.144.000) (1992)
Patrimônios da Humanidade: Necrópole de Memphis; Campo
das pirâmides, de El Gîzeh a Dahshur; Antiga Necrópole
de Tebas; Monumentos Núbios de Abu Simbel a Philae; Cairo
Islâmico; Ruínas Cristãs de Abu Mena
Governo
República presidencialista.
Divisão administrativa: 27 governadorias.
Chefe de Estado e de governo: presidente Muhammad Hosni
Mubarak (Partido Nacional Democrático) (desde 1981, reeleito
em 1987 e 1993).
Principais partidos: Nacional Democrático, Nacional Progressista
Unionista, Novo Wafd.
Legislativo: unicameral - Assembléia do Povo, com 454
membros (10 apontados pelo presidente e 444 eleitos por
voto direto para mandato de 5 anos).
Constituição em vigor: 1971.
Economia
Agricultura: pluma de algodão (315 mil t), caroço de algodão
(480 mil t), arroz (5,6 milhões de t), trigo (5,8 milhões
de t), cana-de-açúcar (14 milhões de t), milho (5,3 milhões
de t), tomate (5,95 milhões de t) (1997)
Pecuária: bovinos (3 milhões), búfalos (3,15 milhões),
ovinos (4,3 milhões), suínos (28 mil), camelos (136 mil),
eqüinos (1,7 milhão), caprinos (3,2 milhões), aves (102,4
milhões) (1997)
Pesca: 302,8 mil t (1995)
Mineração: petróleo (336,5 milhões de barris), gás natural
(14 bilhões de m³), manganês (15 mil t), fosfato (1,6
milhão de t), minério de ferro (2,1 milhões de t) (1996)
Indústria: alimentícia, refino de petróleo, têxtil
Parceiros comerciais: EUA, Alemanha, França, Holanda (Países
Baixos), Itália
Relações
Exteriores
Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, OUA
Embaixada: SEN - Av. das Nações, lote 12, CEP 70435-900,
Brasília, DF
tel. (061) 225-8517, fax (061) 223-5812 |