Zambia

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Situada no centro-sul da África, sem saída para o mar, Zâmbia fica num planalto cuja altitude ameniza o clima tropical. As cataratas de Vitória (Victoria Falls), no rio Zambezi, estão entre as maiores atrações do país. Savanas cobrem a maior parte do território. A população é formada por 70 etnias que convivem sem conflitos significativos. É o quinto maior produtor mundial de cobre - minério que garante 80% da receita externa - e também possui reservas de cobalto, zinco e chumbo.

Fatos Históricos
A região recebe influência ocidental em meados do século XIX, quando chegam missionários e exploradores britânicos como David Livingstone e Cecil Rhodes. Este obtém concessão para a exploração mineral no território onde, em 1888, são fundadas as colônias britânicas da Rodésia do Norte (atual Zâmbia) e da Rodésia do Sul (Zimbábue). A Rodésia do Norte é administrada pela Companhia Britânica da África do Sul até 1924, época em que passa ao domínio direto do Reino Unido. Colonos britânicos instalam-se no período anterior à II Guerra Mundial. Em 1960, a minoria branca chega a aproximadamente 5% da população. Em 1953, as duas Rodésias fundem-se com a colônia britânica de Niassalândia (atual Malauí) e formam a Federação da Rodésia e de Niassa, sob tutela britânica.

Independência
Em 1963, a federação se dissolve. No ano seguinte, a Rodésia do Norte torna-se independente com o nome de Zâmbia, sob a presidência de Kenneth Kaunda, da União Nacional da Independência (partido único). Kaunda convence os colonos brancos a não emigrar, como ocorrera na maior parte das ex-colônias européias na África. Em 1973, o país fecha as fronteiras com a Rodésia do Sul, em protesto contra o regime racista de Ian Smith. Em 1979, comandos rodesianos destroem em Lusaka o quartel-general do movimento guerrilheiro União Africana do Povo do Zimbábue (Zapu), que combate o regime branco rodesiano com o apoio do governo de Zâmbia.
Em 1982, medidas de austeridade econômica levam a uma greve geral contra Kaunda. A crise agrava-se com a queda internacional do preço do cobre. Kaunda é reeleito várias vezes e fica na Presidência até 1991. Durante seu governo, em 1987, o país rompe com o FMI. O agravamento da crise econômica obriga Kaunda a fazer concessões políticas. As eleições de 1991 resultam na vitória do Movimento pela Democracia Multipartidária (MMD), cujo líder, Frederick Chiluba, se torna presidente. O novo governo, porém, não consegue resolver a crise.
Em 1993, Chiluba decreta estado de emergência (revogado no final do ano) para conter uma campanha de desobediência civil dos partidários de Kaunda. Reformas estruturais-Um acordo com o FMI, em 1993, leva à privatização de estatais, ao aumento do desemprego e à insatisfação popular.
Em 1994, Chiluba troca dez de seus ministros, acusados de tráfico de drogas. Em maio de 1996 apóia emenda constitucional determinando que só zambianos de mais de duas gerações podem concorrer à Presidência. A emenda é inserida para impedir a candidatura do ex-presidente Kaunda, filho de malauianos. Em novembro, Chiluba é reeleito.
Em 1997, o governo debela uma tentativa de golpe de Estado liderada por militares rebeldes e decreta estado de emergência (suspenso em março de 1998). O ex-presidente Kenneth Kaunda, detido sob acusação de participar do complô, é libertado em junho de 1998.

Dados Gerais
Nome oficial: República do Zâmbia (Republic of Zambia)
Capital: Lusaka
Nacionalidade: zambiana
Idioma: inglês (oficial), línguas regionais (principais: nianja, bemba, tonga)
Religião: cristianismo 72% (protestantes 34,2%, católicos 26,2%, adeptos de religiões cristãs africanas 8,3%, outros cristãos 3,3%), crenças tradicionais 27%, islamismo 0,3%, outras 0,7% (1980)
Moeda: cuacha zambiana
Cotação para 1 US$: 1.905,00 (jul./1998)

Geografia
Localização: sul da África
Características: bacia do rio Zambeze (NO a S); lagos Banguieulu, Mueru e Tanganica (N); lago Kariba (S); planalto elevado (L); pântanos (O)
Clima: tropical
Área: 752.614 km²
População: 8,7 milhões (1998)
Composição étnica: bembas 36,2%, niangos 17,6%, tongas 15,1%, rotses 8,2%, mambuês 4,6%, tumbucas 4,6%, outros 13,7% (1980)
Cidades principais: Lusaka (982.362) (1996); Ndola (376.311), Kitwe (348.571), Mufulira (175.025) (1990)
Patrimônios da Humanidade: Parque Nacional Mosi-oa-Tunya/Victoria Falls

Governo
República presidencialista.
Divisão administrativa: 9 províncias.
Chefe de Estado e de governo: presidente Frederick Chiluba (MMD) (desde 1991).
Principais partidos: Movimento pela Democracia Multipartidária (MMD), Nacional (NP).
Legislativo: unicameral - Assembléia Nacional, com 150 membros eleitos por voto direto para mandato de 5 anos.
Constituição em vigor: 1996.

Economia
Agricultura: milho (963 mil t), mandioca (540 mil t), milhete (61 mil t), sorgo (30,7 mil t) (1997)
Pecuária: bovinos (2,6 milhões), ovinos (65 mil), caprinos (580 mil), suínos (290 mil), aves (20 milhões) (1997)
Pesca: 70 mil t (1995)
Mineração: cobre (323,7 mil t), cobalto (5,9 mil t) (1995)
Indústria: metalúrgica (cobre), automobilística, refino de petróleo, alimentícia, têxtil, materiais de construção, armamentista (explosivos)
Parceiros comerciais: Japão, África do Sul, Reino Unido, Alemanha, EUA, França, Tailândia, Índia

Relações Exteriores
Organizações: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU, OUA, SADC
Embaixada: 2419, Massachusetts Avenue NW, Washington D.C., EUA
tel. (202) 265-9717, fax (202) 332-0826

 
 
Fonte: Almanaque Abril CD-ROM 1999 - 6.ed